A carta “Opinião Amec” tem repercussão na Imprensa
A Carta “Opinião Amec” com o título “Corporations Brasileiras: Ativismo, Comunicação e o Papel dos Boards”, publicada no último dia 31 de março, alcançou boa repercussão na mídia, com sua citação em matérias da Agência Estado e Valor Econômico, entre outros veículos. Assinada pelo Presidente-Executivo da Associação, Fábio Coelho, o texto abordou o caso IRB e suas consequências positivas para o desenvolvimento de engajamento de acionistas nas companhias que possuem controle diluído.
Em sua introdução, o documento apresenta o cenário econômico de incertezas por causa dos impactos da pandemia de COVID-19, mas ressalta a mudança profunda na forma de engajamento entre acionistas e empresas no Brasil. “Neste momento, com a emergência de empresas de controle diluído, o pêndulo está migrando para um novo tipo de conflito que surge do convívio entre acionistas e administradores. É o bom e velho conflito de agência”, diz.
Em seguida, o texto aborda o caso recente da empresa IRB, que questionava práticas contábeis relacionadas a eventos não recorrentes na apuração do lucro da companhia, embora houvesse pareceres robustos e auditados que atestavam esses procedimentos. “O caso ganhou notoriedade não somente pela forte variação negativa do preço das ações da companhia, mas também pelo certo ineditismo da prática de ativismo de mercado por investidores em posições vendidas”, ressalta a Carta.
Esse ineditismo foi ressaltado em matéria da Agência Estado, produzida pela repórter Fernanda Guimarães no dia 31 de março. O caso ganhou holofotes do mercado nas últimas semanas e trouxe ao Brasil uma prática, ainda inédita por aqui, de ativismo por investidores com posições vendidas, ou seja, que apostam contra a ação, traz a matéria, citando a Carta da Amec.
A matéria traz a posição do Presidente da Associação que acredita que o exemplo contribuirá para o amadurecimento do mercado de capitais brasileiro. “O caso apontou sobre a necessidade de amadurecimento de uma cultura de relacionamento de investidores com o mercado. Se a caricatura de empresas recém chegadas à bolsa permitia que a vontade do dono prevalecesse, mesmo depois da diluição do controle do fundador, hoje temos papeis mais bem definidos sobre as instâncias de governança e das áreas de relação com investidores”, destacou.
Outra reportagem do Valor Econômico seguiu na mesma linha. “O ativismo desde que realizado com boa-fé, é saudável para o desenvolvimento do mercado”, disse Fábio Coelho ao jornal em matéria da repórter Juliana Schincariol, de 31 de março.
Falhas na comunicação – A matéria da Agência Estado cita falhas na comunicação por parte da direção do IRB durante o conflito. A matéria menciona que além da ausência de manifestações claras e centralizadas, o documento da Amec destaca que outro ponto bastante relevante foi a realização de “calls privadas” para endereçar questionamentos públicos. “A assimetria informacional gerou confusão e deu origem a rumores de que gestores teriam compartilhado informações inverídicas nesses encontros fechados, sem qualquer possibilidade de confirmação de veracidade”, diz o Presidente da Amec.
A reportagem da Agência cita ainda que o caso evidenciou a importância da formação de conselhos de administração, em especial naquelas com capital diluído. “Entendemos que quando se trata de uma empresa de capital diluído, onde não está presente a figura de um controlador que exerça o papel de indicação majoritária dos representantes do Board, o processo de formação dos Conselhos passa a ser essencial para que eventuais conflitos sejam mitigados”.
Outro ponto a ser evidenciado é que em empresas maduras as áreas de Relações com Investidores precisam ser dinâmicas e preparadas para se comunicar com o mercado. “Ainda que a responsabilidade estatutária recaia sobre o diretor designado (e também sobre a Diretoria-Executiva), a definição de papeis em situações emergenciais é o que define um bom plano de contingência”.
A reportagem do Valor reforça a opinião da Amec que “o Brasil está dando os primeiros passos no desenvolvimento de empresas de capital disperso, as chamadas corporations, e os conselhos passam a ter um papel ainda mais relevante no monitoramento da administração.