Pressão de acionistas leva BR Malls a cancelar reforço da poison pill
A proposta de alteração do estatuto da BR Malls, feita pelo conselho de administração da companhia, foi mal recebida pelos acionistas. Para alguns deles, a proposta seria uma manobra para que a atual administração se perpetue no poder da empresa de shoppings, que não possui controlador definido.
De acordo com a versão atual do estatuto, qualquer investidor que atingir 20% da companhia deve lançar uma oferta pública de ações (OPA) a um preço equivalente ao maior pago por esse mesmo acionista nos doze meses que antecederem o alcance dessa fatia, atualizado por eventos societários, como dividendos. A administração quer manter o percentual de 20%, mas o preço a ser pago passaria a ser o maior entre o valor econômico apurado para a companhia em laudo de avaliação e o maior preço por ação pago pelo acionista nos 12 meses anteriores à oferta, atualizado pela Selic.
Como consequência, a proposta tornaria a compra do controle da BR Malls muito cara e, portanto, mais difícil. A alteração do estatuto será votada na assembleia do dia 3 de fevereiro. O quórum de instalação é de dois terços do capital social em primeira convocação e não há quórum para a segunda convocação. Para aprovação, vale o voto da maioria simples.
Dada a reação dos acionistas, no início do ano a BR Malls resolveu cancelar a AGE e, portanto, retirar a proposta de alteração da cláusula de poison pill.
Clique aqui e acesse a ata da decisão do Conselho de Administração.