Nota para Imprensa sobre resultado da Reforma do Novo Mercado
É um dia triste para o mercado de capitais e para a governança corporativa, mas o momento pede reflexão sobre a mensagem enviada pelas companhias e seus conselheiros.
Sabíamos que seria uma votação difícil e que o placar seria apertado, mas os investidores não imaginavam ouvir essa mensagem tão forte de rejeição aos aperfeiçoamentos propostos. Muitos pontos sugeridos pela B3 não geravam impactos financeiros e já eram consolidados em outros mercados. Imaginávamos que a maioria dos itens seriam amplamente aceitos, mas não foi o caso.
A Bolsa foi cuidadosa ao ouvir diferentes setores do mercado em consultas que duraram mais de 1 ano, com várias rodadas. Em cada uma delas foram feitas concessões e ajustes para refletir os anseios dos atores. Isso reforça a tese de que o timing da reforma talvez não tenha sido o ideal, considerando o momento delicado em que vive o mercado de ações.
Mas não se pode atribuir o resultado negativo somente à conjuntura sem considerarmos outros aperfeiçoamentos necessários, inclusive os anseios das empresas e dos investidores. Vale ressaltar que o processo foi legítimo e democrático, valendo a vontade das companhias pela votação de seus conselhos, o que reforça que o sistema de votação cumpriu seu papel.
O Novo Mercado continua sendo o principal instrumento de melhoria da governança corporativa no país, e é difícil imaginar outro canal de autorregulação que consiga se aproximar dele.