Mudança no MSCI decorrente do dual share é adiada para outubro
A MSCI informou, no fim de junho, que estendeu sua análise sobre como tratar companhias com diferentes classes de ações e que sua decisão só deverá ser anunciada em outubro. Desde o início do ano, a MSCI discute com o mercado uma proposta de alteração da composição de seus índices, de modo a refletir a presença de companhias que adotam o dual share. A medida impacta gigantes da tecnologia, como Google, Facebook, Snap, Dropbox, passando por nomes de peso como Berkshire Hathaway. As brasileiras que não adotam o princípio de uma ação, um voto, como Itaú Unibanco, Bradesco e Gerdau também seriam afetadas.
Outros dois grandes provedores de índices já se manifestaram sobre o tema. No ano passado, o S&P Dow Jones anunciou emissores com mais de uma classe de ações ficarão de fora do S&P 1500 e seus derivados. A medida vale apenas para o mercado norte-americano e não se aplica às companhias que já integram a carteira. Já o FT/Russel adotou um critério de liquidez, ao permitir a entrada das companhias que preservarem ao menos 5% do poder de voto dentre as ações em circulação.
Segundo a Reuters, mais de US$ 660 bilhões em fundos passivos seguem os índices MSCI. A possível mudança na regra dos índices gera, além de impacto econômico, manifestações diversas. Em abril, a BlackRock, maior gestora do mundo, disse que cabe aos reguladores, e não aos provedores de índices, estabelecer padrões para os direitos de voto dos acionistas.