Amec e CFA Society Brazil divulgam Relatório de Análise Consolidado 2024 do Código Brasileiro de Stewardship
Publicado nesta data, o Relatório de Análise Consolidado de 2024 traz uma verificação detalhada sobre o estado de maturidade e adoção do Código Brasileiro de Stewardship (CBS) no cenário do mercado de capitais brasileiro. Foram analisados 23 relatórios de stewardship, referentes ao exercício de 2023, incluindo 18 de investidores institucionais brasileiros e 5 de investidores institucionais estrangeiros.
O Relatório Consolidado revela que as informações divulgadas pelos gestores brasileiros referente ao exercício 2023 apresentaram melhorias mais substanciais se comparadas àquelas submetidas nos anos anteriores. É importante ressaltar que, em sua maioria, os signatários têm se mostrado comprometidos às recomendações feitas pelo Comitê-Executivo do CBS na busca pelo aprimoramento de seus relatórios e na divulgação das informações, o que demonstra reconhecimento do trabalho desenvolvido e necessidade de aprimoramento das práticas de stewardship no país.
“Os signatários têm buscado entender e seguir as sugestões do Comitê Executivo, que enviamos nos relatórios de feedback, e tem procurado implementá-las. A prática do stewardship tem avançado de forma tímida, mas gradual, ainda com diversos obstáculos a serem superados”, diz Renato Vetere, Coordenador do Comitê-Executivo do CBS.
Embora alguns investidores institucionais tenham demonstrado progresso na implementação dos princípios trazidos pelo CBS, a conformidade plena ainda não é generalizada, indica o relatório. Uma pequena parte dos signatários permanece em um estágio inicial, com avanços limitados e tímidos na prática de envolvimento ativo e supervisão contínua.
A qualidade dos relatórios continua, apesar do seu incontestável avanço, como um ponto de preocupação com alguns signatários locais. Em 2024, parte dos documentos apresentados careciam de consistência e contínua progressão na implementação dos princípios, com lacunas no detalhamento das atividades de stewardship. Isso mostra uma necessidade de melhor padronização nas práticas e a sua comunicação perante o mercado.
É preciso contextualizar que a cultura de stewardship ainda está em desenvolvimento no Brasil. Ao contrário dos mercados maduros, como o Reino Unido e os EUA, onde a supervisão ativa dos investidores é uma norma consolidada, os gestores brasileiros estão apenas começando a entender o valor estratégico dessa abordagem.
Renato Vetere analisa que os relatórios em geral ganharam mais objetividade e evidências nas atuações. Tem sido mais comum a inclusão de casos concretos e dados objetivos nos relatórios, aumentando a transparência e permitindo ao Comitê-Executivo do CBS realizar uma avaliação mais precisa das atividades de stewardship.
Oportunidades de melhoria – A falta de conhecimento especializado pelos investidores institucionais representa um dos maiores desafios para a difusão do stewardship. Para superar essa dificuldade, é necessária a criação de programas educacionais voltados para gestores de ativos e investidores institucionais com o objetivo de impulsionar a adoção de práticas mais robustas.
Para avançar na prática do stewardship, os gestores brasileiros devem se beneficiar do estudo de mercados mais avançados, onde o stewardship é amplamente praticado. “A adaptação de modelos internacionais bem-sucedidos para o contexto local é um caminho viável para acelerar a maturidade no Brasil”, aponta o relatório entre alguns dos aspectos de melhoria.
O CBS não se propõe a estabelecer um conjunto rígido de regras de conformidade para os signatários. Sua função vai além de ser uma simples lista de verificação. O Código é uma ferramenta que busca estruturar e entregar ao mercado um indicador concreto do nível de maturidade dos gestores no que diz respeito ao stewardship.
Clique aqui para acessar o Relatório Consolidado 2024 do CBS.