Assembleia será decisiva no caso Boeing-Embraer

Desde que Boeing e Embraer assinaram um acordo de intenções para formar uma joint venture, em julho, participantes do mercado se perguntam sobre o impacto do negócio para os investidores da companhia brasileira e para a integridade do ambiente local.  O questionamento surgiu do fato de a Embraer ficar com apenas 20% da nova empresa, dedicada à fabricação de jatos comerciais, sua linha de negócios mais importante. Por conta disso, e da sinalização de que a operação será submetida à assembleia geral até o final do ano, a Amec divulgou comunicado ao mercado alertando sobre a importância da deliberação e da participação ativa dos acionistas – inclusive, no exercício dos deveres fiduciários previstos no Código de Stewardship dos investidores institucionais.

Na avaliação da Amec, que acompanha a transação através de sua Comissão Técnica, os investidores devem informa-se sobre a proposta, dialogar com a companhia, participar da assembleia e votar “de maneira embasada nessa importante deliberação”, alerta o comunicado.

As particularidades do caso justificam o alerta. Em 2006, a Embraer passou por uma reestruturação societária. Desde então, seu estatuto prevê uma golden share – ação que dá direitos especiais ao governo brasileiro –, além do limite de voto para acionistas estrangeiros. Juntas, as medidas permitiram a pulverização do capital do capital da Embraer, que não tem acionista controlador, e preservaram seu caráter nacional, inibindo a tomada de controle por estrangeiros.

Leia a íntegra do comunicado.