BNDES rejeita operação da JBS
O BNDES surpreendeu muitos participantes do mercado ao rejeitar, no dia 26.10.2016, a proposta de reestruturação da JBS, que redundaria na remoção de até 85% da companhia do mercado brasileiro em favor de uma listagem no exterior. Na qualidade de membro do grupo de controle, o BNDES alegou, em comunicado ao mercado, que “a reorganização proposta, ao prever a transferência da propriedade de ativos que representam aproximadamente 85% da geração do caixa operacional da JBS para uma companhia estrangeira, implicaria na desnacionalização da empresa e alteraria substancialmente os direitos e deveres conferidos a todos os acionistas, com repercussões de diversas naturezas, e submetendo-os a legislação e jurisdição estrangeiras”.
A decisão foi comemorada pelos associados da Amec. “Nossos membros vinham criticando a operação desde o seu anúncio, pelos diversos aspectos que representava – notadamente a ausência de oferta pública e o tratamento não equitativo dos acionistas minoritários na migração para a nova entidade, dado que estes, ao contrário dos controladores, estariam sujeito a rateio na migração” explica Mauro Rodrigues da Cunha, presidente da Amec – Associação de Investidores no Mercado de Capitais.
Com esta decisão, o BNDES rompe a tradição dos últimos anos de concordância com os movimentos desejados pelos grandes “campeões nacionais” e posiciona-se na defesa do seu patrimônio, da sua função social e da sua posição de parceiro do mercado de capitais.
Veja aqui o Fato Relevante da JBS e aqui o Comunicado do BNDES.