Fábio Coelho estreia como articulista do Valor Investe com coluna sobre a reforma do Novo Mercado
O Presidente da Amec, Fábio Coelho, estreou como novo articulista do Valor Investe (Valor Econômico), com a publicação de sua primeira coluna mensal no último dia 15 de abril com o título “Novo Mercado é uma vitrine”. No artigo, ele aborda a reforma do Novo Mercado e os desafios e oportunidades colocados para aprimorar a governança das companhias no Brasil.
Em seu texto, o Presidente da Amec destaca que o Novo Mercado (NM) ainda funciona como a vitrine de governança corporativa do mercado brasileiro, mas depois de 25 anos após sua criação, dá sinais que necessita de uma atualização mais profunda do que a sugerida atualmente pela B3. “Num país habituado à instabilidade, surpreende o fato de um mecanismo voluntário ter conquistado tanta credibilidade — e resistido à ação do tempo”, diz Coelho no artigo. Porém, essa resiliência começa a ser questionada.
O escândalo da Americanas, combinado com a ausência de mecanismos de controle que se tornam usuais no exterior, demonstram a fragilidade do modelo brasileiro. Um ponto que preocupa é a saída frequente de companhias desde a última janela de IPOs de 2021.
A reforma conduzida atualmente pela B3 é bem-vinda e necessária. “Ainda que insuficiente, tenta reduzir a distância entre o modelo brasileiro e as melhores práticas internacionais”, diz Coelho, e conta como exemplo, o aumento da proporção mínima de conselheiros independentes de 20% para 30%. O aumento, porém, ainda é tímido quando comparado ao mínimo de 50% de referência em outros mercados.
Há ainda outros vazios na reforma atual. As empresas com capital disperso (sem controlador) seguem ignoradas, mesmo com o avanço recente de novas privatizações e o surgimento de novas companhias nesse formato.
Outro desafio é que, para qualquer mudança ser aprovada, é necessário o voto favorável de dois terços das empresas listadas no Novo Mercado, o que já travou reformas importantes no passado.
Apesar das lacunas, para o Presidente da Amec, a reforma é válida, mesmo que insuficiente. As empresas terão até junho para votar as novas regras.
“É uma oportunidade rara. Que essa não seja uma reforma a ser esquecida na próxima crise. O Novo Mercado pode seguir como o norte da governança no país, mas precisa de disposição para caminhar mais rápido em busca de novos padrões contemporâneos”, afirmou.
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