ICGN discute representação de empregados nos conselhos de administração
A International Corporate Governance Network (ICGN) está discutindo a pertinência da representação de empregados nos conselhos de administração. A ICGN apoia a ideia de que as companhias não são responsáveis apenas por seus acionistas, mas por todas as partes interessadas de seu ecossistema. A provocação, conduzida pela diretora Kerrie Warring, é controversa.
A italiana Assogestioni é contrária à representação de funcionários no conselho. Segundo Dimitri Romessis, a medida pode afetar o bom funcionamento do board e desviar seu foco por conta de questões pertinentes ao grupo, mas não necessariamente alinhadas ao melhor interesse da companhia e de todas as suas partes interessadas.
Na mesma linha vai a holandesa Eumedion. Segundo o código local de governança, o conselho deve promover a criação de valor sustentável e de longo prazo a todas as partes interessadas. “Os membros do conselho não são nomeados para promover interesses de grupos específicos”, diz Rients Abma. Por isso, também não se recomenda a representação direta de acionistas, clientes e fornecedores.
Um dos panos de fundo da discussão é a nova versão do código inglês de governança corporativa. O documento passou a exigir que os conselhos se envolvam com os funcionários e aponta três soluções para que isso aconteça: nomeando um empregado para o board, para o conselho consultivo ou como diretor (não executivo) designado para a tarefa de representar os empregados. Pesquisa recente da ICSA, no entanto, revelou que 70% das empresas não consideram adequado dar assento nos conselhos a representantes de funcionários.