Investidores internacionais reagem à descaso da Vale com barragens após tragédia

No último dia 25 de janeiro, uma barragem de rejeitos da Vale se rompeu, deixando mais de 300 vítimas entre mortos e desaparecidos. A tragédia aconteceu três anos depois de um desabamento semelhante ocorrer em instalações da Samarco, uma subsidiária da Vale, em

Mariana, deixando 19 mortos e provocando grave dano ambiental. Os fatos provocaram reação dos gestores de fundos da Igreja da Inglaterra, o Church of England. O fundo propõe que seja criado um sistema de fiscalização do estado das barragens, segundo pronunciamento publicado ainda em janeiro.

A ideia também é endossada por fundos de pensão suecos, pelos investidores holandeses APG e Robeco, o neozelandês Super, o britânico LGPS Central e o canadense BMO. Juntos, eles gerem mais de US$ 1,3 trilhão. A Robeco, com mais de 170 bilhões de euros sob gestão, excluiu a Vale de sua carteira de investimentos no dia 13 de fevereiro.

A proposta é de que seja criado um organismo independente das empresas mineradoras para avaliar anualmente a segurança das barragens de rejeitos de modo a verificar se os mais altos padrões de segurança estão sendo implementados. Os relatórios, por sua vez, devem ser acessíveis às comunidades, governos, investidores e a membros da sociedade civil.

“Um sistema de classificação independente e novos padrões de segurança são uma prioridade urgente para o setor, investidores e todos os stakeholders. Agora, mais que nunca, é hora de tomar atitudes para tal. Há várias estruturas e modelos que podem ser usados para tornar isso realidade, e esperamos trabalhar com nossos parceiros para fazer progresso urgente nesse assunto importante”, declarou Edward Mason, diretor de investimentos responsáveis dos fundos da Igreja da Inglaterra.

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