Notícias de Stewardship
Diálogo entre empresas e investidores mostra resultados no setor de energia
O grupo Climate Action 100+ é uma iniciativa que reúne 323 investidores com US$ 32 trilhões sobre gestões para influenciar 161 empresas a tomarem atitudes para diminuírem seu impacto ambiental. Eles fazem isso por meio do ativismo conhecido como “chá e biscoitos”, que consiste no diálogo constante dos investidores com as companhias, persuadindo-as a adotarem melhores práticas. Raj Thamotheram, diretor do think tank Preventable Surprises escreveu recentemente um artigo destacando o sucesso da empreitada (clique aqui e acesse o artigo).
No segundo ano de esforços, o CA100+ conseguiu, por exemplo, uma resolução apoiada pela administração da petroleira BP para que ela alinhasse sua estratégia de negócios com o Acordo de Paris, uma promessa de que a Glencore limitaria sua produção de carvão e uma mui assertiva carta de investidores europeus exigindo que as empresas de energia do continente apresentassem planos de transição para fontes renováveis. Thamotheram lembra, contudo: de nada valem essas conquistas se as empresas não cumprirem o prometido, então os investidores têm de se manter atentos.
As 161 companhias são, na sua maioria, empresas de infraestrutura e energia, alvos naturais de quem se preocupa com emissões de carbono. Mas o pesquisador destacou que as empresas de finanças, como bancos e seguradoras, também precisam tomar atitudes, afinal elas muitas vezes fornecem crédito a poluidores.
Contratos de ADR demandam atenção, mostra estudo do Investor Forum
Onze companhias do Reino Unido com certificados de ações listados em bolsas dos Estados Unidos (ADRs) tinham cláusulas de auto-proxy, de acordo com um levantamento do Investor Forum, grupo britânico criado em 2011 para unir investidores institucionais e promover práticas de boa gestão. O instrumento prevê que os votos correspondentes às ações por trás dos ADRs seriam automaticamente a favor da proposta da administração (clique aqui e acesse o estudo).
O Investor Forum abordou as 11 empresas pedindo que se comprometessem a não usar mais a auto-proxy. Nove concordaram, uma não respondeu e uma delas não concordou. Sete empresas disseram que mudarão os contratos de seus ADRs assim que fizerem a próxima revisão. A empresa aérea Ryan Air foi a única que disse que continuará a utilizar a cláusula, mas disse que passará a dar transparência a respeito da percentagem de votos obtidos dessa forma.
O Investor Forum está preparando recomendações sobre boas práticas nos contratos de ADRs. Seu principal objetivo é trazer mais transparência ao destino dados aos votos das ações correspondentes aos contratos e garantir que as companhias não os utilizem discricionariamente.