Onde queremos chegar quando o assunto é a divulgação de políticas?
![Apresentação do presidente Mauro Cunha em workshop sobre as novas regras do Novo Mercado](https://amecbrasil.org.br/wp-content/uploads/2018/05/mauro-cunha-workshop-novas-regras-novo-mercado.jpg)
“De todas as inovações trazidas pela reforma, estas são as menos desenvolvidas”, disse Mauro Rodrigues da Cunha, presidente da Amec, ao iniciar sua participação no workshop sobre políticas de indicação, remuneração e transações com partes relacionadas. O tema, discutido em São Paulo no dia 17 de maio, foi o primeiro da série de workshops organizados pela B3 sobre como implementar as novas regras do regulamento do Novo Mercado.
Na avaliação de Cunha, o mercado brasileiro enfrenta dificuldades para convencer sobre a importância das políticas, ainda que todas abordem temas sensíveis. Ele reconhece que dados detalhados sobre remuneração não são uma demanda do investidor médio ou mesmo dos analistas que acompanham o desempenho das ações no dia a dia. “Precisamos olhar para a frente. É fundamental conseguirmos engajamento”, avaliou.
Para que interlocução avance, Cunha destaca a necessidade de acabar com certas práticas do mercado. Uma delas é a ideia de acreditar na privacidade absoluta dos administradores. “Estamos diante de um mercado público e onde devemos dar satisfação ao mercado. Não apenas sobre quanto ganha um executivo, mas como e porquê”, disse. O mesmo vale para os dados referentes à indicações. “Vamos acabar com o hábito de falar ‘meu conselheiro’, ‘seu conselheiro’. A administração precisa se preocupar em subsidiar o acionista de informações para que ele possa construir o melhor conselho”, disse Cunha, que dividiu a meda de debates com Alessandra Zequi (Stocche Forbes), Patrícia Pellini (B3), Ivan Clark (PwC) e João Laudo de Camargo (IBGC).
Pelo novo regulamento, companhias do Novo Mercado são obrigadas a aprovar e divulgar políticas formais para transações com partes relacionadas; remuneração dos administradores e empregados; e indicação de membros para cargos no conselho de administração, em comitês de assessoramento ao conselho e nas diretorias estatutárias. A medida está em vigor desde janeiro (se aplica aos IPOs), mas as companhias que já integravam o segmento ganharam dois anos para adotar as novidades. Nos próximos meses, a B3 realizará outros três workshops também direcionados às companhias que querem se preparar. Os próximos temas serão: auditoria e comitê de auditoria; gerenciamento de riscos; e compliance e controles internos.
Assista aos vídeos do workshop: