Participação de nacionais via voto a distância ainda precisa de incentivos
Em evento realizado no dia 02 de julho, a B3 apresentou ao mercado de capitais nacional o resultado do voto a distância na temporada de assembleias 2019. O Presidente da Amec, Mauro Rodrigues da Cunha, foi um dos convidados do evento para apresentar a visão dos investidores sobre o tema.
Das 315 companhias listadas na B3 que são obrigadas a oferecer votação à distância para os seus acionistas, 300 cadastraram o boletim de voto eletrônico junto à bolsa e 185 receberam votos esse ano. Mais de 2700 investidores utilizaram essa forma de participação das assembleias, 98% deles investidores estrangeiros. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) regulamentou a prática em 2015, mas ela só se tornou obrigatória para as empresas em 2018.
Mauro Rodrigues da Cunha aponta que o resultado não representa uma geração de valor em termos de participação dos acionistas, uma vez que muitos investidores institucionais estrangeiros já votavam em assembleias antes do advento do voto à distância. Já os fundos nacionais de forma geral continuam pouco participativos nas AGOs.
Geraldo Soares coordenador da Comissão de Comunicação e de Mercados de Capitais do IBGC, ponderou que investidores estrangeiros acabam correspondendo a uma porcentagem muito grande dos números de votos porque investem um volume de recursos grande em comparação a gestoras nacionais. Contudo, a ferramenta possibilitou que investidores institucionais locais que não participavam das Assembleias Gerais Ordinárias por causa da burocracia envolvida no processo pudessem votar com facilidade.