Previ adere ao Código Stewardship da Amec

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Maior fundo de pensão da América Latina, a Previ aderiu ao Código Amec de Stewardship. A ferramenta criada em 2016 para incentivar o maior engajamento dos investidores com a gestão das empresas investidas, o código conta atualmente com 21 signatários, entre eles, 4 fundos de pensão e 17 assets. Além do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, a Petros, Funcef e Funcesp também são entidades aderentes ao documento.

Denísio Liberato, da Previ. Foto: Divulgação.

“Dois de nossos objetivos estratégicos são a sustentabilidade por meio de uma gestão eficiente, eficaz e inovadora e a promoção da melhoria contínua na governança, visando a celeridade e qualidade na tomada de decisão”, diz Denísio Augusto Liberato, Diretor de Participações da Previ. Ele afirma que a adesão ao Código Amec vai ao encontro desses objetivos estratégicos na medida em que permite apoiar a melhoria das práticas de governança das empresas participadas e de todo o mercado de capitais.

Para o Presidente Executivo da Amec, Fábio Coelho, a adesão da Previ representa um passo importante para o avanço do tema entre os investidores institucionais no Brasil. “O volume de ativos da Previ e as características de seus planos de benefícios favorecem o relacionamento com as empresas. Essa participação ativa em temas de governança corporativa junto às investidas é o estado da arte em termos de sustentabilidade”, disse Coelho.

Muitas das práticas previstas no Código, explica o Diretor da Previ, já existiam no fundo mesmo antes da adesão. “Entendemos que foi importante a adesão formal porque o desenvolvimento de atividades de stewardship, com seus princípios e orientações, poderá aprimorar, ainda mais, a gestão responsável”, comenta Denísio, que assumiu a diretoria no início de junho, sucessão a Renato Proença.

O novo Diretor de Participações indica que as orientações do documento produzem uma série de aperfeiçoamentos: reforço ao atendimento ao dever fiduciário; maior engajamento e transparência na definição e no desempenho de suas responsabilidades como acionista nas empresas investidas; melhoria da qualidade do diálogo com as empresas; criação de valor para as investidas e retornos sustentável.

A iniciativa constitui ainda mais um mecanismo para que a Previ comunique suas prioridades de forma mais objetiva e preste contas para os participantes e demais stakeholders. Com isso, ajuda a reforçar a confiança dos participantes dos planos de benefícios no cumprimento do dever fiduciário do fundo de pensão.

Mudanças na carteira

Como os planos de benefícios da Previ contam com cada vez maior número de aposentados e pensionistas, o perfil da carteira de participações está mudando. A tendência é a redução das participações mais concentradas e de controle nas empresas para uma carteira mais pulverizada e mais líquida. “Se antes possuíamos poucos ativos com grandes somas investidas, a tendência agora é cada vez mais diversificarmos, de forma gradativa, a carteira de renda variável”, explica o Diretor de Participações.

Neste momento, por causa da crise ocasionada pela pandemia, os projetos de diversificação ficaram temporariamente suspensos. Mas passando o momento de maior turbulência por causa da crise de COVID-19, a Previ deve retomar essa trajetória de redução das participações. Apesar disso, a Previ deve continuar como investidor relevante por muito mais tempo ainda. “Pelo nosso perfil de longo prazo, temos a capacidade de permanecer no investimento por tempo suficiente para contribuir com a criação de valor da empresa. Assim, nosso desafio será continuar apoiando as companhias na busca de uma gestão cada vez mais comprometida com a criação de valor para as empresas e retornos sustentáveis aos acionistas”, conta Denísio.

Medidas adotadas na pandemia

O Diretor da Previ analisa que a situação de isolamento social, as novas rotinas e as mudanças nos processos de trabalho foram imediatas e impostas a todos.  Nesse sentido, os conselheiros precisaram apoiar a gestão das companhias para que fossem adotadas todas as medidas necessárias na garantia da segurança dos funcionários e demais stakeholders, com o mínimo impacto possível nas operações e nos negócios.

“Logo no início do período de isolamento social, a Previ buscou entender e apoiar as medidas que vinham sendo adotadas em cada das empresas alvo de engajamento, estimulando que os conselheiros levassem, a seus respectivos colegiados, propostas que pudessem ampliar as ações já adotadas”, ressalta o Diretor.

Nesse sentido, a Previ encaminhou correspondência aos presidentes dos conselhos de todas as empresas participadas, reforçando a importância do compromisso dessas empresas com as iniciativas para controle da pandemia, tanto no ambiente da própria companhia, quanto em relação à toda a sociedade. Agora, momento em que se vislumbra uma estabilização na situação da pandemia, a Previ permanece em contato com os conselheiros e com as companhias, para acompanhar a retomada das atividades e eventuais alterações de planejamentos e estratégias.

Para manter a contínua promoção de reuniões e seminários para atualização e alinhamento, nos quais reúne conselheiros, gestores de companhias e players de mercado para debater e disseminar as melhores práticas de governança corporativa, o fundo passou a utilizar as ferramentas digitais. Assim como todo o mercado, os conselheiros de empresas que representam a Previ estão utilizando cada vez mais as ferramentas de reuniões online, que passaram a ser o principal recurso de trabalho.

Princípios ESG

A pandemia descortinou duas situações importantes, segundo Diretor de Participações. Uma delas foi a resiliência das companhias. Aquelas que não têm princípios sólidos e práticas efetivas de governança corporativa e de responsabilidade social em todas as suas nuances sofreram mais com a crise e terão maiores dificuldades para retomar seus negócios.

“Ficou claro para todos que é indispensável que as empresas tomem para si a responsabilidade em defender e praticar os princípios ESG. A sociedade, que já vinha dando sinais de que não mais aceitaria práticas corporativas degradantes, agora declarou isso de modo expresso. Numa sociedade tão conectada como a que vivemos, a falta de respeito a esses quesitos pode, inclusive, causar danos à reputação”, reforça Denísio.

Ele defende que grandes investidores institucionais devem pressionar as empresas e governos para que assumam essa responsabilidade, sob pena de perderem os investimentos. E lembra também que na Previ, os critérios ESG ganharam o acréscimo da letra I, de Integridade, com o sentido de valorizar a ética e as boas práticas. A política de investimentos da Previ tem procurado conferir maior peso aos critérios ESG na tomada de decisões de investimentos e desinvestimentos das carteiras.