Webinar CDP: Fábio Coelho realiza apresentação sobre Código Brasileiro de Stewardship

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O CDP Latin America, em parceria com a Associação de Investidores no Mercado de Capital – Amec, realizou o webinar “Stewardship: Como influenciar empresas” na última sexta-feira, 13 de agosto. O evento contou com apresentação do Presidente da Amec, Fábio Coelho, que apresentou o Código Brasileiro de Stewardship.

A abertura e a mediação ficaram por conta de Laís Cesar, Gerente de Mercado de Capitais do CDP. A executiva introduziu o tema com o questionamento de “como os investidores podem engajar com as empresas nas práticas ESG – ambientais, sociais e de governança. Ela indicou que os primeiros passos de quem pretende trilhar esse caminho devem passar pela adesão às plataformas de engajamento, sendo o próprio CDP uma delas, além de outras como por exemplo, o PRI – Principles of Responsible Investments.

A Gerente do CDP apresentou cases de engajamento de investidores às empresas, como o BNP Paribas que liderou um grupo para demandar um relatório da Delta Airlines de como a companhia estava se alinhando às recomendações do Acordo de Paris. Outro caso apresentado foi do voto contrário dado pela gigante BlackRock na assembleia da Woodside Petroleum – Produtora Australiana de Petroleo. Em seguida, Laís Cesar apresentou a iniciativa do Código Stewardship da Amec como uma importante plataforma de investidores para incentivar a disseminação das práticas ESG no país.

Fábio Coelho falou do atual estágio do engajamento entre as assets e fundos de pensão no Brasil e explicou que ainda há muito espaço para avançar. “Os investidores no Brasil ainda não perceberam a força que possuem para tirar projetos das empresas do papel nas questões de sustentabilidade”, comentou. E explicou que a atuação da Amec tem como um dos pilares o fortalecimento e articulação das associadas e dos agentes do mercado para cobrir uma postura mais incisiva das empresas investidas na adoção dos critérios ESG.

O Presidente da Amec disse perceber maior quantidade de iniciativas das gestoras que possuem atuação global, sobretudo aquelas com sede na Europa e nos Estados Unidos. Para ele, a cultura do stewardship e do engajamento em temas de clima e sustentabilidade é mais avançada em mercados da Europa, o que também acaba influenciando o mercado brasileiro.

Código Stewardship

E uma das ferramentas para isso é justamente o Código Brasileiro de Stewardship. A primeira versão do documento foi realizada em 2016 com o nome de Código Amec de Princípios e Deveres dos Investidores Institucionais e foi inspirado na iniciativa análoga lançada em 2010 no Reino Unido. Assim como a versão britânica, o código brasileiro elenca princípios como o full disclosure, mitigação de conflitos, ESG, política de engajamento, exercício de voto, engajamento coletivo, transparência, entre outros.

Fábio Coelho explicou que o Código da Amec foi pioneiro no Brasil no sentido de antecipar tendências que estavam acontecendo em mercados internacionais. Comentou também que muita coisa mudou em 5 anos, ainda mais com a aceleração das mudanças nos últimos meses, por conta da pandemia e do novo cenário. Por isso, está sendo realizada a atualização do documento, que desenvolvido em parceria com a CFA Society Brazil.

Uma das vantagens da adesão ao Código é a inclusão em um grupo de investidores para a troca de informações. “Quando se pratica o stewardship, você acaba se unindo a uma comunidade de investidores, que é um grupo muito colaborativo, com boa troca de experiência. Esse aprendizado coletivo é um facilitador para navegar no mundo da sustentabilidade”, disse o Presidente da Amec.

A adesão ao Código não tem custo e a principal obrigação dos signatários é a produção de um relatório anual de como está aplicando as diretrizes do documento na gestão de recursos e no relacionamento com as empresas.